sexta-feira, 28 de outubro de 2016

CONHECENDO A CULTURA AFRICANA A PARTIR DA HISTÓRIA "AS TRANÇAS DE BINTOU"

Resultado de imagem para as tranças de bintou atividades

O que o aluno poderá aprender com esta aula

·         Repensar  valores, por meio de costumes africanos.
·         Conhecer aspectos da diversidade cultural africana.
·         Conhecer os ritos de passagem, como uma tradição comum em muitos países africanos.
·         Perceber que cada fase da vida tem sua importância  e suas características, de acordo com o contexto cultural de cada país.
·         Oferecer ao aluno informações que permitam a compreensão sobre a formação do povo brasileiro.
·         Resgatar a influência africana na formação da população brasileira (Afro-brasileiros).

Duração das atividades
04 horas/aula

Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Localização geográfica e principais características do continente africano; breve histórico da participação africana na História do Brasil (colonização, escravidão, quilombos, libertação dos escravos). 

Estratégias e recursos da aula

Aula 1 – Conversar com os alunos, retomando os conhecimentos prévios.  Pedir aos alunos que observem com atenção os detalhes da história contada. Com apoio do livro, contar a história - “ As tranças de Bintou”.
Aula 2-  Explorar aspectos da história, em de roda de conversa com os alunos,  levantando alguns questionamentos:    
- Porquê Bintou queria ter tranças?
- Qual foi o ritual realizado para o irmão de Bintou?
- Como foi escolhido o nome dele?
-O que pensam sobre a forma como são escolhidos os nomes das crianças na história? (Comparar com a forma como nós brasileiros escolhemos os nomes das crianças)
- Na história, qual era o motivo pelo qual as meninas não podiam usar tranças ?
- Porquê Bintou disse que vovó Soukeye sabe de tudo? ( Comentar sobre o respeito aos idosos e sua sabedoria).
- Cite alguns alimentos que foram servidos na festa  do batizado do irmão de Bintou (Comparar com alimentos da culinária brasileira ).
- Quando Bintou percebeu que dois meninos da Vila estavam se afogando, qual foi seu ato de coragem?
- No final da história, Bintou percebeu sua própria beleza e entendeu por quê não podia ter tranças. Quais foram os fatos que levaram Bintou a perceber isto?
 Durante a conversa, ressaltar que os ritos de passagem fazem parte da tradição presente na diversidade cultural africana. Os grupos de idade são fortemente delimitados. Das crianças,  espera-se um profundo respeito aos mais velhos. A  passagem da infância para a adolescência implica a entrada em um outro mundo, celebrada com festas e marcada no corpo.Irmã
Aula 3 – Oferecer aos alunos, agrupados em dupla, apresentação em slides: “ O Afro- Brasileiro” ( http://www.slideshare.net/andreiagds/andreiaguedes-multimidiappt). Pedir que os alunos acessem e explorem todos os hiperlinks.
Aula 4 - Propor que os alunos, em dupla, utilizando um editor de textos, criem um Panfleto de propaganda do livro, onde deverão expor o que o leitor poderá encontrar nesta leitura (informações mais relevantes descobertas por eles, na história contada). Após a confecção, o panfleto será distribuído para colegas de outras salas, do mesmo nível.
Recursos Complementares

DIOUF, Sylviane Anna.  As tranças de Bintou. 2ªed. São Paulo, Cosac Naify, 2010.
CIÊNCIA HOJE.  Ano19, nº168. Especial África, maio de 2006. Periódico
GUEDES, Andréia. Disponível em <http://www.slideshare.net/andreiagds/andreiaguedes-multimidiappt> acesso em 10 dez  2011
Imagens retiradas do livro - As tranças de Bintou. 2ªed. São Paulo, Cosac Naify, 2010.
Avaliação
Participação dos alunos, na aula 1, 2 e 3, e na roda de conversa, após o conto da história; observar as atitudes dos alunos, em relação ao respeito à diversidade, relacionamento com os colegas e postura diante do que é diferente ou desconhecido; Realização da tarefa da aula 4.


* Plano de aula elaborado pela professora Andreia Guedes

* Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=38948




Baixe o livro "As tranças de Bintou": http://www.pragentemiuda.org/2012/10/livro-as-trancas-de-bintou.html

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

ROTEIRO DE AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL



Este roteiro serve para qualquer faixa etária, pois o desenvolvimento acontece de forma parecida no ser humano. Basta observar em que nível o seus alunos se encontram.Lembrem-se, não há receita, cada criança se desenvolve no seu rítmo, portanto, crianças de uma mesma sala podem ter a mesma idade, mas estarem em níveis diferentes, nos diferentes aspectos.
1. ASPECTOS FÍSICOS: expressão corporal, harmonia, equilíbrio, ritmo, coordenação, organização espacial ampla, uso e aplicação da força.
Como chega à escola?
Como se adapta ao ambiente?
Como brinca?
Como está se movendo?
O caminhar é ágil e harmonioso?
Corridas e saltos são equilibrados ou ocorrem quedas?
Como recorta?
Como usa a cola?
Como pinta?
Consegue respeitar limites da folha e do desenho?
2. ASPECTOS SOCIAIS:
Interatividade, participação compartilhada, regras, disciplina, organização, trabalho em equipe, responsabilidade.
Interage com os amigos?
Empresta brinquedos?
Respeita regras e combinados?
 Expões novidades e acontecimentos do seu cotidiano?
Participa manifestando opiniões pessoais?
Prefere jogos cooperativos ou competitivos?
3. ASPECTOS EMOCIONAIS: experienciar muitos e novos sentimentos, desde a alegria das vitórias e conquistas até o sabor da derrota e da perda, sendo valorizada cada manifestação e expressão dos sentimentos.
Como chega a escola?
Como se relaciona com colegas, educadoras e funcionários?
Sente-se seguro no ambiente escolar?
Como reage quando contrariado?
Acalma-se facilmente ou precisa de um tempo?
Identidade:Reconhece os colegas?
Se identifica pelo nome,sua imagem no espelho?
Gosta dos colegas e os identifica?
Tem capacidade de resolver conflitos e tomar iniciativas?
É crítica e criativa?Curiosa e inventiva?
É participativa e cooperativa?
4. ASPECTOS COGNITIVOS:
linguagem oral e escrita, raciocínio lógico matemático, capacidade de comunicação e argumentação, iniciativa na resolução de problemas e conflitos.
Em qual estágio do desenvolvimento se encontra? ( sensório- motor, operacional etc…)Tem interesse pela descoberta das letras e escrita de palavras?Em que nível de escrita se encontra?
Comunica-se com clareza e objetividade?
Apresenta sequência lógica dos fatos?
Consegue observar semelhanças e diferenças entre os objetos?
Classifica, ordena e quantifica com base em atributos de cor, forma. tamanho e espessura?
Em que etapa seu desenho se encontra? (desenho sem intenção ou figurativo)
5. ÁREA EM QUE SE DESTACA:
Nesta etapa, utilizo como referência, a teoria de inteligências múltiplas do Gardner e nos novos estudos que complementam esta teoria.Observo em quais áreas a criança atua com mais desenvoltura e coloco como item onde ela se destaca.
(a) Existencial: do ser como pessoa integral. Uma visão que, de certa forma, abrange, de maneira contingencial, as demais inteligências, bem como todo contingencial existencial da história de vida do aluno.
(b) Naturalista: do indivíduo que revela maior inclinação pela natureza, pelas Ciências Naturais. Aquele aluno que gosta de colecionar objetos, pesquisar a vida animal e dissecar animais.
(c) Pictórica: da pessoa voltada para a parte artística. Esta vocação que a pessoa possui para a música, para as artes Cênicas, ou para as artes Plásticas.
(d) Inter e Intrapessoal: aquela que Gaardner continua chamando da mesma forma – que são as “inteligências pessoais”.
(e) Espacial: também com a mesma denominação anterior.
(f) Corporal: que diz respeito, mais especificamente, às habilidades sensoriais e motoras.
(g) Verbal: que corresponde à lingüística.
(h) A Matemática: que se refere à inteligência lógica e numérica.
A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
“ Professor nenhum é dono de sua prática se não tem em mãos, a reflexão sobre a mesma. Não existe ato de reflexão, que não nos leve a constatações, dúvidas e descobertas e , portanto, que não nos leve a transformar algo em nós, nos outros e no mundo”
Madalena Freire
Como avaliar
DICAS:
1 – Tenha sempre em mãos, um caderno que funcionará como “anedotário”, não conte apenas com suas lembranças, pois, esquecemos de detalhes.
2- Leia, entenda e reflita sobre as fases do desenvolvimento da linguagem, da fala, da escrita, do desenho, etc…
Pois, para avaliar é preciso entender como estes processos funcionam e como a criança elabora seu pensamento, do contrário, podemos fazer uma análise equivocada.
ALGUNS ITENS PARA COLOCAR NO ANEDOTÁRIO
1. Novidade
2. Participação
3. Interação
4. Autonomia
5. Preferências
6. Colaboração
7. Característica
8. Como se comporta nas atividades
9. Como se relaciona com colegas/educadora
10. No que se destaca (no pátio, na dança, nas atividades matemáticas, atividades. De linguagem, nas atividades artísticas ou musicais etc…)
11. Como chega à escola?
12. Como se adapta ao ambiente?
13. Como se alimenta?
14. Como brinca?
15. Como se relaciona: colegas/educadora
16. Como está se movendo?
17. Como se comunica?
18. Atende as solicitações da educadora?(guarda-guarda)
19. O que faz quando contrariado?
20. Identidade: Reconhece os colegas?
21. Identifica-se pelo nome, sua imagem no espelho?
22. Gosta dos colegas e os identifica?
23. Tem capacidade de resolver conflitos e tomar iniciativas?
24. É crítica e criativa?Curiosa e inventiva?
25. É participativa e cooperativa?
Os itens a serem observados são muitos, mas podem ser sintetizados entre área motora, afetiva e cognitiva. Dentro destes três itens podem ser observados vários outros subitens. Ainda é possível agregar uma parte sobre o comportamento (higiene e saúde).
1. ASPECTOS FÍSICOS: expressão corporal, harmonia, equilíbrio, ritmo, coordenação, organização espacial ampla, uso e aplicação da força.
2. ASPECTOS SOCIAIS: interatividade, participação compartilhada, regras, disciplina, organização, trabalho em equipe, responsabilidade.
3. ASPECTOS EMOCIONAIS: experienciar muitos e novos sentimentos, desde a alegria das vitórias e conquistas até o sabor da derrota e da perda, sendo valorizada cada manifestação e expressão dos sentimentos.
O que avaliar dentro das áreas temáticas?
A Criança e o Movimento: primeiramente deve-se levar em consideração que cada criança é diferente e se adapta ao meio de forma individual. Neste contexto, ao avaliar a criança, deve o professor procurar observar se a mesma possui certo domínio do eu corporal, se a criança não demonstrar domínio nesta área, intensifica-se as atividades de esquema corporal, de lateralidade, de ritmo e de conhecimento dos segmentos corporais.
O que observar em movimento: os jogos, as brincadeiras, a dança, a imitação, coordenação sensório motora, as interações sociais, a expressividade, o equilíbrio.
Artes: A partir do momento em que a criança está em contato com materiais, produções artísticas, natureza, ela tem a possibilidade de criar, imaginar e desenvolver o pensamento artístico. Por meio deste contato, procura-se observar estes aspectos na criança, nas produções individuais e coletivas.
O que observar em artes: o pensamento, a sensibilidade, a imaginação, a percepção, a intuição, a criação artística, a simbolização, a leitura de imagens, o equilíbrio, o ritmo, a interação, a imitação, a expressão, a comunicação, a diversidade das produções artísticas.
Conhecimento Lógico-Matemático: Diariamente, interagindo com o meio a criança vai adquirindo conhecimento lógico matemático.
O que observar em matemática: noções de espaço e tempo, conservação, atrito, medidas, conceito de quantidade, expressividade, interação social, jogos, situações problemas, raciocínio lógico, representações mentais e gestuais, músicas, brincadeiras, desenhos, movimento, manipulação e exploração de objetos.
Alfabetização – Linguagem Oral e Escrita: Observando a criança no contexto escolar, nas situações cotidianas, nota-se as características quanto ao uso da linguagem oral, se ela consegue expressar seus desejos e necessidades, relatar experiências vividas e se possui domínio ao recontar histórias e participar de atividades que desafiam o conhecimento oral.
O que observar em linguagem oral e escrita: A forma de se expressar, concentração, sensibilidade, percepção, interações sociais, faz-de-conta, reconto de histórias, relatos de vivências cotidianas.
Música: É a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos. É uma das formas importantes de expressão humana, o que por si só justifica sua presença no contexto escolar, de modo geral, e na educação infantil particularmente, pois vem auxiliar nas atividades diárias, ajudando a atingir os objetivos propostos.
O que observar em música: exploração reconhecimento dos sons, intuição, gestos, interação, expressão corporal e verbal, imitação, domínio rítmico, reprodução de movimentos.
Brincadeira: é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia da criança. A brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação, imitando a realidade. Ao brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos. Nas brincadeiras elas transformam os conhecimentos que já possuem em conceitos gerais, com os quais brinca.
O que observar em brincadeira: imaginação, sensibilidade, pensamento, imitação, recriação, oralidade, concentração, percepção, gestos, expressividade, equilíbrio, linguagem corporal, faz-de-conta, ritmo, afetividade, coordenação sensório motora, interação social, raciocínio, manipulação e exploração de objetos.
Natureza e Sociedade: O mundo onde as crianças vivem se constitui um conjunto de fenômenos naturais e sociais. Desde muito pequenas, pela interação com o meio, as crianças aprendem sobre o mundo, fazendo perguntas e procurando respostas às suas indagações.
O que observar: interação social, percepção das diversidades sociais históricas e culturais, imaginação, conhecimento prévio ou senso comum da criança, representação de mundo, faz-de-conta, diversas linguagens, afetividade, diálogo, curiosidade, jogos, músicas, habilidades físicas, motoras e perceptivas, leitura de imagens e de sons.

Fonte: http://pedagogiaaopedaletra.com/roteiro-de-avaliacao-na-educacao-infantil/

** Publicado originalmentre em: cantinhodassugestoes.blogspot.com.br



quarta-feira, 26 de outubro de 2016

AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL - ORIENTAÇÕES


Saiba avaliar seus alunos e produzir bons relatórios

Por Mariana de Viveiros

Objetivos:
 Orientar o professor na produção de relatórios que avaliam os alunos

 Sanar dúvidas sobre o processo de avaliação na Educação Infantil


Avaliar crianças da Educação Infantil é uma das tarefas mais importantes e desafiadoras do trabalho docente, pois, como estão em fase de desenvolvimento, as dificuldades, os erros e os avanços não podem ser apontados de maneira superficial. Sem contar o interesse dos pais, preocupados em acompanhar os filhos no início de sua vida escolar. E foi para melhor avaliar os pequenos que as escolas criaram os relatórios, que contam em detalhes como se deu o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno durante determinado período, que pode ser um bimestre ou semestre. Esses relatórios podem ser batizados com nomes diversos: análise descritiva, relatório descritivo, registro de desenvolvimento do aluno, entre outros, dependendo de onde ele é feito. A forma de observar os alunos e fazer os registros também pode variar. Mas a opinião dos educadores sobre os resultados desse tipo de avaliação parece ser unânime: é eficiente! "O relatório é uma boa forma de acompanhar o desenvolvimento de cada aluno e de os pais perceberem que a escola está atenta ao filho dele", diz Cláudia Cafarella, coordenadora geral do Centro Educacional Objetivo Baixada Santista, onde o relatório descritivo é aplicado até o 5º ano do Ensino Fundamental I. Mas esse tipo de relatório é muito mais do que uma forma de avaliação, é um instrumento reflexivo, como define Cristina Aparecida Colasanto*, pedagoga e professora da rede municipal de São Paulo. "Esse instrumento funciona como elemento a favor de quem aprende e de quem ensina e é um elo comunicativo entre a escola e a família". Leia mais a seguir.


Está nos Referenciais
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCN) "a observação das formas de expressão das crianças, de suas capacidades de concentração e envolvimento nas atividades, de satisfação com sua própria produção e com suas pequenas conquistas é um instrumento de acompanhamento do trabalho que poderá ajudar na avaliação e no replanejamento da ação educativa. No que se refere à avaliação formativa, deve-se ter em conta que não se trata de avaliar a criança, mas sim as situações de aprendizagem que foram oferecidas".


Observação e registro
O sucesso de um relatório depende da observação e do registro feitos pelo professor diariamente em sala, no parque e em passeios. Mas não é fácil fazer anotações a respeito de cada aluno, quando se tem uma sala com cerca de 20 crianças. Para isso é preciso criar estratégias, como dividir a turma em grupos de quatro ou cinco crianças e a cada dia fazer registros de um grupo. Ao final da semana, você terá anotações sobre todos. Porém, se uma criança que não está no grupo que você vai registrar naquele dia fizer algo que mereça registro, não deixe de fazê-lo. "O professor deve estar atento e em constante contato com as crianças", alerta Silvia Vinocur Kocinas, coordenadora da Educação Infantil do Colégio I.L. Peretz, em São Paulo.

O que observar
O professor deve fazer uma observação crítica do desenvolvimento psicomotor, cognitivo, afetivo e social de cada aluno. Alguns quesitos são básicos:
 Como a criança interage com os colegas e com o professor
 Os conhecimentos que adquiriu
 As dificuldades e as habilidades
 Como participa das atividades

Como registrar
Ter um caderno sempre em mãos é essencial.
 Divida o caderno por aluno, reservando algumas páginas para cada um.
 Durante as atividades, sempre que observar algo interessante anote no caderno. Pode ser apenas uma palavra-chave, por exemplo, "contou até dez". - Ao final da aula, redija as informações com mais detalhes. Anote a data.

Periodicidade
Em algumas escolas, como no I.L. Peretz, o relatório é semestral. Em outras, como no Objetivo, é bimestral. Claudia Cafarella explica que no Objetivo os bimestres são chamados de períodos didáticos e que no primeiro período ainda não é possível avaliar cada criança individualmente, por isso o relatório analisa a sociabilização e a adaptação da classe como um todo. Somente a partir do segundo período, a avaliação passa a ser individual. Os relatórios são entregues nas reuniões de pais.

Linguagem
O primeiro passo para a redação de um bom relatório é conhecer o interlocutor, no caso os pais. Não use termos pedagógicos que dificultem o entendimento das informações.
 Seja claro e objetivo. O relatório não precisa ser longo, desde que contenha todas as informações relevantes para os pais.
 Escolha bem as palavras. Em vez de dizer que "João é egoísta", diga "ainda não consegue compartilhar os brinquedos". Troque a palavra dificuldade por "necessita de auxílio para", e em vez de "Fulano sente-se de tal forma", diga "Fulano se mostra de tal forma".
★ Não classifique e não rotule a criança.
★ Evite idéias vagas. Por exemplo, em vez de dizer apenas "Maria é sociável", descreva com detalhes "Maria é sociável porque no dia tal cedeu o seu balanço ao colega".
★ Tome cuidado com erros de português e utilize a nova ortografia.


Descrição ou argumentação?
Os relatórios costumam ser descritivos, como seu próprio nome diz, contudo Cristina Colasanto, que é mestre em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) incentiva o uso do gênero argumentativo, considerando a teoria do professor da Universidade de Genebra Jean Paul Bronckart, que divide o texto argumentativo em premissa, argumento, contraargumento e finalização. Esse foi o tema de sua tese de mestrado Relatório de avaliação na Educação Infantil: um estudo sobre a linguagem argumentativa. "Na linguagem do relatório de avaliação utilizamos recursos linguísticos com a função de persuadir nossos destinatários e convencê-los do processo de aprendizagem em andamento", conclui.

Para o sucesso do relatório
★ Importante! O relatório deve conter tanto as dificuldades dos alunos quanto seus avanços, além, claro, das intervenções do professor.
★ Ao redigir o relatório, tenha o anterior em mãos para saber quais foram os avanços obtidos e as dificuldades que permaneceram.
★ Antes de ser entregue aos pais, o relatório deve passar pela coordenação da escola, que fará sugestões.
★ Permita que professores auxiliares e estagiários leiam o relatório, pois eles podem se lembrar de alguma informação importante que ficou de fora.
 Anexe fotos ou fita de vídeo com atividades realizadas na escola e/ou o portfólio do aluno, com suas produções artísticas.
 Cristina Colasanto destaca a importância de dar voz às crianças para que a avaliação não seja unilateral. "Alunos de 4 e 5 anos já conseguem avaliar as atividades e dizer do que mais gostaram, do que menos gostaram e o que mudariam", diz a pedagoga.
★ Junto com o relatório, envie uma ficha na qual os pais podem fazer comentários e enviá-los de volta para o professor.

Relatório e portfólio de mãos dadas
Além dos relatórios, as escolas costumam preparar portfólios com fotos, atividades artísticas e anotações de frases ditas pela criança em diferentes ocasiões, como forma de mostrar à família o que ela tem produzido.
Diferentemente do relatório, que é um documento formal (seja ele escrito à mão ou digitado), os portfólios são coloridos e criativos, entregues, geralmente, em pastas decoradas.

Incentivo!
Se sentir dificuldades em escrever lembre-se que a melhor forma de aprimorar a escrita é escrevendo. Portanto, pegue caneta e papel (ou o computador, se preferir) e mãos à obra.

*Cristina Aparecida Colasanto é autora do livro Relatório de Avaliação na Educação Infantil (Editora All Print).


* Fonte:  http://revistaguiainfantil.uol.com.br/professores-atividades/90/imprime184517.asp