sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

DICA LITERÁRIA: HISTÓRIAS NATALINAS

UMA CARTA ESPECIAL PARA PAPAI NOEL
COLLINS, JOSEPHINE
ED. ZASTRAS

SINOPSE: O bom velhinho está perto do Natal e ainda falta uma carta a ser lida e, claro, um presente a ser confeccionado. Quando a encontra, há nela um pedido bem diferente, de um de seus ajudantes ratinhos: ele queria "saber voar". Será que o Papai Noel consegue?
O livro é ilustrado e cheio de efeitos para a criança abrir, puxar, virar e se diverti com a história de uma noite bem agitada de Natal.




OLÍVIA AJUDA NO NATAL
FALCONER, IAN
ED.
GLOBO


SINOPSE: "Olivia ajuda no Natal", de Ian Falconer, o segundo da famosa série Olivia (best-seller nos EUA) , é um pequeno grande livro infantil, assim como sua pequena grande personagem central. Pequena, porque Olivia é pequena mesmo; grande, porque tem uma personalidade que não cabe no mundo. Ah, sim: resta dizer que se trata de uma porquinha. Segundo sua biografia, "Olivia é uma porquinha sapeca, que agita sem parar, sonha alto e topa todos os desafios. É uma menina hiperbólica: prova todas as roupas do armário, canta a plenos pulmões, constrói castelos de areia, pinta a parede do quarto... O que odeia mesmo é dormir". Já o livro, com muitas imagens e pouco texto (destina-se a crianças em fase de alfabetização, entre 5 e 7 anos), é no entanto bastante equilibrado na qualidade deles: as ilustrações foram criadas em carvão e guache sobre papel (uma técnica artística clássica), enquanto a tradução ficou a cargo de Deisa Chamahum Chaves.

Nesse episódio natalino, que começa depois de um dia exaustivo de compras típicas da época: de pinheirinho a presentinhos, presentes e presentões , não faltam oportunidades para Olivia ajudar os pais. Por exemplo, pondo-se a alimentar seu irmão caçula, um bebê, que ela, ao lhe oferecer carinhosamente torta de amora, faz vomitar... Ou então tentando, claro, arrumar a árvore e caprichando no enovelamento dos fios com lampadazinhas... Mas tudo termina muito bem, e, desta vez, com uma Olivia que, tão feliz quanto exausta, não titubeia em dormir. Nem que seja para continuar a festa sonhando...






RODOLFO E O ENCANTO DO NATAL
SCOTTON, ROB
ED. ROCCO



SINOPSE: Rodolfo, o simpático e fofo carneirinho, está de volta em mais uma aventura para alegria da garotada, fã do bicho branquinho como tufos de algodão. Em 'Rodolfo e o encanto do Natal', o carneiro que encanta todas as crianças, fruto da mente e do traço versáteis do ilustrador britânico Rob Scotton, está às voltas com uma nobre missão: ajudar Papai Noel! A questão é: Com seu trenó quebrado na Floresta Pirilampo, como o bom velhinho poderá entregar presentes? Com o socorro de Rodolfo, não tem sufoco! E a magia do Natal está garantida para todos!



VOLTANDO AOS POUCOS...


Olá pessoal!!!


Minha bebê nasceu no dia 16/11/10. É uma princesinha, muito boazinha, graças à Deus!!!

Como agora ela já está com um mês , começarei aos poucos a retomar as postagens aqui no blog. Porém, como vocês sabem, um bebê exige muito da sua mamãe, então desculpem se as postagens não forem diárias (provavelmente não serão), mas aos poucos irei me adaptando à minha nova rotina e tudo voltará ao "normal".

Desde já peço mil desculpas por não ter atendido à alguns pedidos que foram feitos aqui no blog, mas , como eu já disse, dediquei este mês totalmente à Beatriz.

Um FELIZ NATAL à todos e um 2011 com muita paz, saúde, suces$o e realizações!

Beijo grande,


Priscila

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

JUSTIFICANDO MINHA AUSÊNCIA....

ScrapsKut - Gifs para Orkut Ursos




Só justificando a ausência de postagens no blog...
Estou grávida, 39,5 semanas já, a bebê está por vir... E final de gravidez é fogo... Fora os incômodos normais, tem os detalhes finais que a mamãe precisa resolver antes da chegada do baby...
Espero que me perdoem e aos poucos irei retomando as postagens.
Bj.
Priscila

sábado, 23 de outubro de 2010

TEXTO PARA ESTUDO - EDUCAÇÃO INFANTIL


REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA

Laura Moreira Barboza




INTRODUÇÃO
Essa reflexão é fundamentalmente baseada na minha vivência como professora pré-escolar
na Escola Experimental Vera Cruz, em São Paulo.



PRÉ-ESCOLA: QUE PERÍODO É ESSE?
Trata-se de uma fase fundamental no desenvolvimento emocional e cognitivo da criança (e,
conseqüentemente, na vida do indivíduo de uma forma geral), que, não obstante, é
freqüentemente encarada como um período apenas preparatório para a escola "de verdade"
ou para o que de realmente importante está por vir.
Desta forma, é muito comum a desvalorização do profissional que trabalha com as
crianças desta faixa etária, generalizando-se a idéia de que se trata mais de uma relação
afetiva entre a "tia" e a criança, do que uma relação profissional. (Não estou aqui de
maneira nenhuma querendo retirar o "afetivo" de cena, mas a relação que eu estabeleço
com o meu trabalho é profissional. Sou professora e não "tia". Trabalho numa escola e não
numa escolinha).
A verdade é que, enquanto nós, profissionais que trabalhamos com crianças na faixa de
trás a seis anos, não acreditarmos profundamente na importância do nosso trabalho para
o hoje dessas crianças, esta desvalorização generalizada e esta mistura de papéis
continuarão a existir.



CARACTERIZAÇÃO DA CRIANÇA E A IMPORTÂNCIA DA DISCUSSÃO EM EQUIPE
Partindo-se da crença na importância dessa criança de três a seis anos, hoje, o passo
seguinte será a sua caracterização.
• Quem é ela?
• Como pensa?
• Como dimensiona o tempo?
• Como dimensiona o espaço?
• Como enxerga o mundo à sua volta?
• Como percebe as diferenças entre a escola e a sua casa?
• Como expressa essas constatações?
• Como expressa o seu mundo interior?
• Como interage em grupo?
• É bom para ela ser solicitada a ficar sozinha em alguns momentos de trabalho?
Conforme estas questões vão sendo levantadas, torna-se imperativa a troca entre as
pessoas que estão desenvolvendo o mesmo tipo de trabalho.
Nesses momentos de troca e reflexão, é que a equipe se aproxima do objeto centralizador
do trabalho - a criança - e os objetivos, metas, rumos e linhas por onde este trabalho será
conduzido começam a tomar corpo.
Antes de se conhecer a criança, não há sentido de se falarem objetivos; antes de se aferir
as descobertas pessoais de cada um com o resto da equipe, buscando apoio nas linhas
teóricas que melhor se adeguem àquela prática específica, não podemos pensarem
recursos.
O professor tem como papel principal, ser o mediador entre a criança e o objeto do seu
conhecimento. A ele cabe a tarefa de lançar a pergunta à qual a criança ainda não foi
exposta; instigar sua curiosidade das mais diferentes maneiras; definir uma ação
pedagógica que vá ao encontro de seu desenvolvimento.



RECURSOS PEDAGÓGICOS
Depois de feita a caracterização da criança e a discussão em equipe para a determinação
de metas, objetivos e rumos, deparamo-nos com a necessidade de buscarmos os recursos
pedagógicos que melhor se adeguem à nossa realidade específica.
Em existindo um grupo de crianças e um espaço adequado, isto é, um espaço onde elas
possam movimentar-se ou parar, acabamos constatando que o recurso pedagógico mais
importante é o professor.
Somos nós que, através do conhecimento a respeito dessas crianças e da clareza com
relação aos objetivos que temos em função delas, estaremos transformando qualquer
recurso disponível em um ótimo recurso pedagógico.
Do mesmo modo, a recíproca também é verdadeira: de que adianta termos acesso ao melhor
material do mundo, se não conhecermos a criança e não tivermos clareza com relação aos
nossos objetivos?
Os recursos pedagógicos nunca devem sobrepor-se à busca da própria criança. A pergunta que
ela nos faz é que deve nortear nossas escolhas com relação aos recursos.
Se um recurso é significativo para a criança, ele se torna bom; caso contrário, ele vira um
massacre.



CONCLUSÃO
É muito importante deixarmos as crianças à vontade, ao agirmos como mediadores entre ela e
o objeto do seu conhecimento.
Este "ficar á vontade" é caracterizado pela espontaneidade com que ela vai estar agindo dentro
do processo de construção do seu conhecimento.
Esta espontaneidade (e, às vezes, até uma imprevisibilidade) não nos deve assustar nem nos
desencorajar, pois, volto a frisar, se nossos objetivos estiverem claros e se conhecermos esta
afiança, teremos todas as condições de lidar com as situações que ocorrerem, e estaremos cada
vez mais próximos dessa criança, acompanhando com prazer o ato de construção do seu
conhecimento, hoje.



* fonte: site CREMário Covas

terça-feira, 21 de setembro de 2010

TEXTO PARA ESTUDO - RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NO CAMPO MULTIPLICATIVO


Resolução de problemas no Campo Multiplicativo



O senso comum trata a idéia da multiplicação como sendo de adição de parcela iguais, no entanto “A conexão entre multiplicação e adição está centrada no processo de cálculo da multiplicação: o cálculo da multiplicação pode ser feito usando-se a adição repetida porque a multiplicação é distributiva em relação à adição.
8 x 4 = (4 + 4 + 4 + 4 + 4 + 4 + 4 + 4)
Do ponto de vista conceitual, existe uma diferença significativa entre adição e multiplicação, ou seja, entre o raciocínio aditivo e o raciocínio multiplicativo.

Raciocínio aditivo: o todo é igual à soma das partes.
Se quisermos saber o valor do todo, somamos as partes: 3 + 4 = ....
Se quisermos saber o valor de uma parte, subtraímos a outra parte do todo. 7 – 3 = ....
Se quisermos comparar duas quantidades, analisamos que parte da maior quantidade sobra se retirarmos dela uma quantia equivalente à outra parte. 4 – 3 = 1


Raciocínio multiplicativo: Relação fixa entre duas variáveis (duas grandezas ou duas quantidades). Qualquer situação multiplicativa envolve duas quantidades em relação constante entre si.
Exemplo:
Uma caixa de bombons contém 25 bombons, quantos bombons há em cinco caixas?
Variáveis: números de caixas e números de bombons
A relação fixa: 25 bombons em cada caixa
Tânia comprou 3 metros de fita. Cada metro custa RS 1,50. Quanto pagou ao todo?
Variáveis: metro e reais
A relação fixa: R$ 1,50 o metro...”
É necessário considerar a multiplicação como um instrumento importante na resolução de problemas de contagem, além de oferecer a oportunidade às crianças de terem o primeiro contato com a proporcionalidade.
As situações didáticas foram selecionadas de modo a permitirem que os alunos ampliem o trabalho de exploração com diferentes significados do campo multiplicativo: proporcionalidade, comparação multiplicativa ou divisão comparativa, combinatória e configuração retangular.

Proporcionalidade
1) Joana vai comprar três caixas de paçoca. Uma caixa custa R$ 12 reais. Quantos reais Joana gastará para comprar as paçocas?
2) Na farmácia havia a seguinte oferta: leve 3 sabonetes e pague R$ 2,00. Márcia levou uma dúzia de sabonetes, quanto ela pagou?
3) Sandra pagou R$ 24,00 na compra de pacotes de meias que custavam
R$ 4,00 cada um. Quantos pacotes de meias ela comprou?
4) Sandra pagou R$ 12,00 por 4 pacotes de balas. Quanto custou cada pacote?




Comparação
1) Nélson tem R$ 75,00 e Lílian tem o dobro. Quanto tem Lílian?
2) Joselena tem 25 figurinhas e Vivian tem 6 vezes mais. Quantas figurinhas tem Vivian?
3) Fernando tem 42 anos. Sabendo que ele tem o dobro da idade de seu irmão, quantos anos tem seu irmão?



Combinatória
1) Para fazer vitamina tenho 6 tipos de frutas e posso bater com água, leite ou laranja. Para cada vitamina usarei uma fruta e um tipo de líquido. Quantos sabores de vitaminas diferentes eu posso fazer?
2) Numa festa foi possível formar 35 pares diferentes para dançar. Se havia 5 rapazes e todos os presentes dançaram, quantas moças estavam na festa?



Configuração retangular
1) No anfiteatro de minha escola, as cadeiras estão dispostas em 8 fileiras e 9 colunas. Quantos lugares há no anfiteatros?
2) Em um auditório há 64 cadeiras. Elas estão dispostas em 8 fileiras. Quantas são as colunas?
Na organização do trabalho de sala de aula é importante a escolha de problemas que cumpram o papel de propiciar as oportunidades aos alunos entenderem os diferentes significados da multiplicação e da divisão. É a variedade das propostas didáticas que irá garantir a ampliação dos conhecimentos se:
* Resolverem problemas colocando em jogo seus saberes sobre diferentes significados do campo multiplicativo, comparando modos de resolução, registrando de forma clara e comunicando oralmente suas estratégias e soluções, argumentando e escutando os argumentos dos colegas, trocando idéias e corrigindo erros e equívocos;
* Jogarem para desenvolver conduta estratégica, aprender a antecipar para errar menos, aumentar a atenção e a concentração, formular hipóteses;
* Construírem as tábuas, utilizando estratégias de armazenamento e recuperação de informações para realizar o cálculo, perceber a propriedade comutativa e algumas regularidades, tais como: o dobro, a metade, resultados terminados em zero, etc.

*fonte: Guia de Orientações Didáticas - 3 série (SEESP)

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

DICA LITERÁRIA


A Cicatriz
Ilan Brenman
Companhia das Letrinhas



Silvinha caiu da cama no meio da noite e tomou um sustão ao saber que precisaria ir ao hospital para que um médico costurasse seu queixo. Mas como assim? O que será que iria acontecer com ela?

Conversando com os pais, Silvinha descobre que o que vai ganhar é uma cicatriz - e, o mais impressionante, que ela ficará para sempre no queixo dela. A novidade deixa a menina tão empolgada que ela resolve investigar as cicatrizes de todos os parentes.

E assim, a partir de seu machucado, Silvinha se põe a pensar sobre a passagem do tempo, sobre as marcas dos acontecimentos na vida das pessoas, e vai conhecer histórias interessantíssimas dos avós, tios, primos e primas.

Ilustração: Ionit Zilberman







sexta-feira, 3 de setembro de 2010

TEXTO PARA ESTUDO - O TRABALHO COM DIFERENTES TIPOS DE CÁLCULO


Por Que Trabalhar Com Diferentes Tipos De Cálculos?


Nas situações da vida cotidiana que exigem cálculos, as pessoas lançam mão de diferentes formas de calcular: podem usar uma calculadora e com isso conseguir um resultado exato; podem usar lápis e papel e utilizar os algoritmos ensinados na escola; podem obter uma aproximação do resultado, estimando seu valor; ou podem realizar a operação mentalmente, por meio de estratégias diversas.
A escolha de um ou outro método depende da situação em que a pessoa se encontra, do grau de habilidade que apresenta em cada modalidade de cálculo, dos instrumentos de que dispõe no momento, da necessidade ou não de resultado exato e dos próprios números envolvidos.
Durante um período considerável do século passado, o ensino dos algoritmos das quatro operações fundamentais ocupava um papel central e primordial nas aulas de matemática do ensino primário e as outras modalidades de cálculo não eram bem aceitas. Havia uma razão para isso: a inexistência ou dificuldade de acesso às calculadoras exigia que as pessoas tivessem algum recurso que lhes permitisse fazer operações com resultados corretos, independente de sua maior ou menor habilidade com números. O ensino dos algoritmos era, então, realizado como se fosse um bolo do qual se dá a receita: uma sequência clara de passos, que deve ser seguida em uma ordem predeterminada e que pode ser aplicada a qualquer número - A definição de algoritmo, proposta por Knuth na Scientific American, em 1977, é: “um conjunto de regras para obtenção de um determinado resultado a partir de dados específicos e através de passos descritos com tal precisão que poderiam ser executados por máquinas”. Nesse tipo de ensino, não cabiam explicações sobre os porquês dos diferentes passos ou das regras: “Por que se começa a somar da esquerda para a direita?”, “Na multiplicação, por que se deixa um espaço vazio, à direita, quando se está operando com o segundo algarismo?” “Por que na divisão realizamos o procedimento da esquerda para a direita, se em todas as outras operações trabalhamos da direita para a esquerda?”. Muito provavelmente, essas perguntas nem eram formuladas, pois o próprio modo de ensinar não estimulava questionamentos desse tipo. Em compensação, a utilização do algoritmo em operações matemáticas organiza os passos, facilita o registro e a conferência dos resultados, e pode ser ensinada por repetição. Muitas pessoas tornaram-se ágeis nas operações ensinadas dessa forma, embora com poucas condições de calcular de qualquer outra maneira.
Por outro lado, indivíduos com maior dificuldade em seguir tais procedimentos acharam-se excluídos.
Mas, e hoje em dia, quando as calculadoras se tornaram de tão fácil acesso, mais baratas e encontradas em todos os lugares? Qual o sentido de continuar ensinando a resolver operações com o uso dos algoritmos convencionais?
Realmente, não há como negar que, atualmente, em atividades cotidianas e profissionais, muito menos operações são realizadas com a utilização dos algoritmos convencionais, com lápis e papel, do que em épocas anteriores ao advento da calculadora! Quando se precisa operar com números grandes para obter resultados exatos, esse é o método mais escolhido. Mas, e nas operações básicas do dia a dia? E naquelas em que precisamos apenas ter uma ideia do resultado, saber se o dinheiro que temos é suficiente para fazer uma compra, por exemplo? Naquelas em que precisamos de um resultado rápido e direto?
Esse é o motivo que tem levado os educadores matemáticos, já há algum tempo, a insistir na necessidade de a escola incorporar em seus programas de matemática, desde o Ensino Fundamental, outros tipos de cálculo, incentivando-os, valorizando-os, estimulando a troca de estratégias diversas entre os próprios alunos.



Quais seriam esses diferentes tipos de cálculos?



1) Usando calculadora
Neste caso, normalmente o que se busca é uma resposta exata. Contudo, mesmo que a máquina realize a operação pela pessoa, é necessário saber usá-la, conhecer seus recursos, seu potencial, saber interpretar o que está sendo pedido, que operações acessar, que teclas digitar e também interpretar os resultados que aparecem no visor. Não é rara, por exemplo, a confusão entre vírgula e ponto no momento de ler o número fornecido como resposta. Exemplo: o aluno vê o número 1.234 e pensa em mil duzentos e trinta e quatro, ao invés de um inteiro e duzentos e trinta e quatro milésimos. É necessário que se use a calculadora com alguma criticidade e não de forma absolutamente mecânica, para que possa detectar erros óbvios, que têm a ver com digitações erradas. A maneira mais atenta para se fazer operações com a calculadora precisa ser desenvolvida na escola e tem relação direta com a capacidade dos alunos em realizar estimativas de resultados. Se, ao utilizar a máquina para 1.230 : 15, o aluno já houver refletido que deverá encontrar algum valor da ordem das dezenas, próximo de 100, porque pensou em 1.500 : 15, ele refará a operação se obtiver, no visor, o resultado 8,2 - por não ter pressionado direito o 0 do número 1.230, ao digitá-lo.
Com isso, estamos chamando a atenção para dois pontos. Primeiro: seria importante trabalhar com a calculadora nas escolas, para um aprimoramento de seu uso, com exploração mais adequada de seus recursos e características. Segundo: o uso da calculadora justifica e pede um trabalho cuidadoso com estimativas, aproximações e cálculo mental, estes sim são objetivos do material que ora apresentamos.
O professor pode também construir propostas didáticas com o uso da calculadora para produzir escritas numéricas: primeiro porque as crianças sentem certo fascínio por esse tipo de equipamento; segundo, porque a própria atividade faz os alunos refletirem sobre o que sabem a respeito da escrita dos números, principalmente sobre o valor posicional – portanto, a calculadora é um bom instrumento para resolver problemas.



2) Usando algoritmos
Esta modalidade é a que continua sendo privilegiada na escola: o ensino de algoritmos, especialmente dos algoritmos convencionais. Seu uso, fora do contexto escolar, se dá quando precisamos de um resultado exato, não dispomos de calculadora e os números são grandes, dificultando o cálculo mental. Não se está propondo que esse tipo de cálculo seja extinto, que se pare de ensiná-lo, pois se trata de um recurso interessante por agilizar as operações matemáticas, servir para qualquer extensão de número, possibilitar um raciocínio organizador e seguro para o aluno.
Contudo, ainda que os algoritmos ensinados hoje em dia sejam os mesmos que os ensinados a nossos avós, a forma de ensino não pode mais ser a mesma. Hoje, já não parece adequado ensiná-los como uma receita, com passos a serem seguidos, sem que se compreenda cada uma das ações envolvidas. É mais significativo e estimulante que sua lógica seja construída junto com os alunos e que outros algoritmos, eventualmente menos ágeis, mas com significado mais claro, sejam trabalhados antes.
Uma das consequências do ensino dos algoritmos, do modo como se realizava antigamente, era levar os alunos a uma concepção errônea de que a matemática é única, de que existe apenas um procedimento correto para se fazer cada coisa, e que essa forma independe da cultura, da época, dos povos ou dos valores. Apresentar aos alunos outros algoritmos, diferentes daqueles com os quais estão acostumados, elaborados por outros povos, pode ser bastante enriquecedor, no sentido de perceberem que há possibilidade de criação no campo da matemática e, mesmo, que é possível escolher algoritmos entre diversas opções existentes.
Também é importante ressaltar que, mesmo usando algoritmos, é necessário saber alguns cálculos simples, mentalmente: a tabuada da multiplicação e as adições simples de números entre 1 e 9, por exemplo. Estes podem ser simplesmente decorados, ou podem ser construídos e memorizados pouco a pouco por meio de jogos e atividades lúdicas.
Não é demais lembrar que, da mesma forma que no cálculo realizado com a calculadora, a estimativa é um importante recurso de controle do resultado obtido por meio do algoritmo, e deve ser usada conjuntamente com este.




3) Usando cálculo mental
A expressão “cálculo mental” pode ser entendida em contraposição ao cálculo que se realiza usando lápis e papel, ou seja, seria o cálculo feito integralmente “de cabeça”, mas também pode ser entendida como cálculo rápido, ágil. Na verdade, ao nos referirmos a “cálculo mental”, não estamos usando nenhuma dessas duas acepções do termo e sim ao cálculo que se faz, sem seguir, um algoritmo único, predeterminado. Trata-se de um cálculo que se faz escolhendo a melhor estratégia de acordo com os números envolvidos na operação e que pode, inclusive, contar com apoio escrito. Os procedimentos usados fundamentam-se nas propriedades das operações e no sistema de numeração, de modo que sua utilização também contribui para a ampliação da compreensão de tais conteúdos.
Estamos falando de um “cálculo pensado”, em oposição a um “cálculo automatizado”.
Mesmo essa contraposição, entretanto, é relativa. Para que um aluno possa pensar sobre a operação 28 + 17, utilizando o recurso de decompor o 7 em 2 + 5, para então operar 20 + 10 + (8 + 2) + 5, já que 8 + 2 = 10, precisa ter o resultado dessa operação armazenado em sua mente. Assim como 20 + 10 + 10 + 5, é necessário que certas operações, como adições que resultam 10 e adições envolvendo múltiplos de 10, já façam parte de um conjunto de cálculos automatizados pelo aluno e que possam ser usados como instrumentos, não precisam mais ser refletidos. Em outras palavras, o cálculo mental se torna mais e mais eficiente, na medida em que o aluno amplie os cálculos automatizados – memorizados, que tem disponíveis e sobre os quais não precise refletir. O que é pensado em um determinado momento da escolarização passa a ser instrumento em uso, em outra etapa e assim sucessivamente. Nesse sentido, a tabuada, por exemplo, deve ser compreendida, construída junto com os alunos, ter suas características e regularidades exploradas, mas, em etapa posterior, precisa ser efetivamente memorizada, para passar a ser usada como recurso para outros cálculos.
Outro aspecto que merece atenção é a formalização e o registro dos procedimentos. Não é rara a situação em que registrar com linguagem matemática o procedimento desenvolvido em um cálculo seja mais difícil do que o próprio cálculo e, para fugir da necessidade de registrar, o aluno acabe preferindo o algoritmo, no qual os procedimentos já incluem a forma de registrá-los. É importante, então, que se exercite o “explicar como pensou” de formas variadas, por meio de desenhos, esquemas, por escrito, ou mesmo falando!
Em síntese, é importante que o trabalho com cálculo mental considere dois tipos de atividades, que ocorram simultaneamente: aquelas que visam à memorização de um repertório de cálculos, que serão usados em outros mais complexos, e aquelas que visam à aprendizagem de cálculos pensados, através de um processo de construção, compreensão e comparação de diferentes procedimentos usados pelos alunos. Para ambos objetivos, o jogo pode ser considerado uma atividade privilegiada.




4) Fazendo estimativas - ou cálculos aproximados
A estimativa é o recurso utilizado para se chegar a um valor aproximado, através do cálculo mental. No dia a dia, são muito frequentes as situações em que não há necessidade de se saber o resultado exato de uma operação, pois apenas precisamos ter uma noção de determinado valor. Por exemplo, para decidir se vamos fazer uma compra, à vista ou a prazo, não é necessário saber exatamente o valor a prazo, mas ter uma ideia, que permita compará-lo com o preço à vista.
Além disso, ter também um bom domínio dos arredondamentos para dezenas ou centenas exatas, pois as aproximações permitem checar resultados de operações feitas com algoritmos ou calculadoras. Com isso, o aluno ganha mais autonomia e controle sobre seus próprios processos, não precisando sempre do professor para apontar-lhe seus erros.
O uso de estimativas deve ser constante em sala de aula: antes de realizar uma operação, usando calculadora ou algoritmo escrito, é interessante pedir aos alunos que estimem “próximo de quanto” será o resultado; na resolução de um problema, estimar seu resultado; na análise de uma resposta, verificar se é plausível. Na socialização das estimativas dos alunos, é importante discutir o “quão próximo” do resultado exato se precisa chegar. Isso depende do contexto e também dos números envolvidos e que, nesse caso, não há apenas uma resposta certa. Por exemplo, ao estimar o resultado de 485 + 324, um aluno pode pensar: “A centena exata mais próxima de 485 é 500, e de 324 é 300; então, uma boa aproximação para esse resultado é 800”. Outro pode pensar:
“Para obter um resultado aproximado, vou me preocupar apenas com as centenas; então uma aproximação possível é 400 + 300 = 700”. E, um terceiro, “500 + 500 = 1000, então, como 485 está bem próximo de 500, o resultado final vai ser menor que 1.000 e maior que 500”. Nenhuma delas está errada! Nem sempre a aproximação ao valor exato é o que deve ser valorizado. O importante é discutir as estratégias possíveis frente à necessidade daquela estimativa específica.




Como trabalhar com diferentes tipos de cálculo em classe?
O trabalho com essas diversas modalidades de cálculo exige do professor uma determinada condução das aulas, diferente daquela empregada ao se ensinar apenas algoritmos.
Para trabalhar com cálculo mental e estimativas, é importante que os alunos sejam estimulados a relatar os seus procedimentos de cálculo, a maneira como estão pensando, mesmo que não saibam registrá-la adequadamente. Os colegas devem se habituar a ouvir as estratégias uns dos outros e, eventualmente, alterar as suas próprias, quando houver solução mais eficiente.
Nos momentos de atividades individuais, em duplas ou grupos, o professor deve circular pela classe, identificando os alunos com maiores dificuldades, auxiliando-os, agrupandoos com colegas com quem tenham boa interação e, eventualmente, propondo atividades diferenciadas, com nível de desafio mais adequado às suas habilidades no momento. No caso das atividades propostas nestas orientações, o professor deve sentir-se à vontade para repeti-las quantas vezes forem necessárias, com algumas crianças, até que elas tenham adquirido mais firmeza, antes de passar para outras, mais complexas.
É bastante útil, também, que o professor solicite constantemente que os alunos registrem as conclusões gerais a que o grupo chegou, com exemplos de estratégias. Esse registro pode até ser feito em uma parte separada do caderno, destinada especificamente para esse fim. Os estudantes devem ser estimulados a consultar esses registros com frequência, de maneira a facilitar na reconstituição de determinada estratégia.
Com relação às atividades, sugerimos que, sempre que possível, sejam propostos jogos, pois a sua utilização em aulas de matemática auxilia no desenvolvimento de diversas habilidades, não só de cálculo – mental ou não –, mas na resolução de problemas em geral; leva o aluno a observar, levantar hipóteses, tomar decisões, argumentar, investigar a melhor jogada, analisar as regras, aprender com o erro. Mas, usar o jogo como recurso metodológico exige certos cuidados. O primeiro é que o professor mantenha-se bastante atento para perceber se o nível de desafio do jogo em questão está adequado ao seu grupo de alunos, se os está instigando. É necessário também que se tenha a consciência de que, utilizado uma única vez, o jogo poderá não produzir a aprendizagem esperada. Essa vez servirá para que os alunos conheçam as regras, experimentem o jogo. Para ser efetivo, além se ser jogado mais vezes, é necessário conversar sobre quais foram os obstáculos, que problemas determinadas situações colocaram, quais as estratégias mais eficazes. Muitas vezes, vale a pena, também, pedir que os alunos escrevam sobre o jogo: quais são as regras, que dificuldades tiveram, o que aprenderam com ele, que dicas podem dar, ou simplesmente, um registro das etapas, dos pontos parciais.
É extremamente necessário que, tanto professor quanto alunos, tenham clareza de que esse é um instrumento de aprendizagem e não uma aula livre, de puro lazer, ainda que o caráter lúdico seja um componente dessa atividade.


Vale lembrar o papel do erro em aulas desse tipo. Os alunos serão encorajados a participar, pensar e propor soluções, na medida em que seus erros sejam vistos como tentativas válidas, caminhos para a reflexão, formas de evoluir de um raciocínio para outro, mais adequado.
Não se trata de presumir que não exista nada errado, ou que qualquer colocação do aluno será interessante, mas sim, de realmente utilizar o erro como instrumento de aprendizagem.
Isso se faz problematizando as ideias que o aluno traz, colocando contraexemplos, solicitando que explique como chegou a determinadas conclusões. Quando o próprio aluno percebe aquilo que errou, ele aprende e cresce.




*fonte: texto retirado do material da III Jornada de Matemática 2010 - SEESP

JOGO PARA TRABALHAR A MULTIPLICAÇÃO


Carta na Testa



Objetivo:
Desenvolver a tabuada de multiplicação e compreender a divisão como operação inversa da multiplicação.



Planejamento:
• Organização dos alunos: agrupados em trios, de modo que dois alunos fiquem sentados frente a frente e o terceiro – o juiz – fique sentado de modo que possa ver os dois.
• Material: um baralho com as cartas de ás a 10 de dois naipes, para cada trio, ou 20 cartões numerados dessa forma. No caso de usar baralho, o ás valerá 1.



Encaminhamento:
• Os alunos que estão sentados frente a frente recebem, cada um, um conjunto de cartas de ás a 10, que devem deixar viradas para baixo, na sua frente.
• Ambos viram a primeira carta de seu monte e, sem a olhar, colocam-na na testa, de forma que, tanto seu oponente, quanto o juiz, possam vê-la.
• O juiz então diz o resultado da multiplicação dos dois valores.
• Cada um dos competidores deve tentar descobrir qual é a carta que tem na testa. Aquele que descobrir primeiro, ganha cinco pontos.
• Propor cinco jogadas com essa mesma formação e depois outras tantas com a mudança da função de cada um, no trio, até que todos tenham desempenhado a função de juiz.
• Se o juiz errar a operação, perde cinco pontos.
• Se for percebida muita disparidade de condições entre os competidores de algum trio, pode-se optar por alterar os grupos, procurando deixá-los mais ou menos homogêneos.
• É interessante realizar novamente esse jogo, estimulando os alunos a estudar a tabuada em casa, para apresentar melhor desempenho na próxima rodad
a.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

SITUAÇÕES - PROBLEMA


Vamos ver quem adivinha...



Duas mães deram às filhas bolachas para o lanche.Uma delas entregou à filha 15 bolachas. A outra deu à respectiva filha 10. No entanto, ambas juntaram as bolachas que tinham recebido e verificaram, espantadas, que apenas tinham 15 bolachas.Como explicar tal coisa?





Um sapo sobe uma escada saltando de um em um ou de dois em dois degraus, mas não consegue saltar de três em três. A escada possui dez degraus e obrigatoriamente o sapo pára no sexto andar para descansar. De quantas maneiras diferentes o sapo pode subir até o topo dessa escada?








quinta-feira, 26 de agosto de 2010

TABELA DE ADIÇÕES


(CLIQUE EM CIMA DA IMAGEM PARA AMPLIAR)




Preenchimento da Tabela de Adições



Objetivo



*Favorecer a memorização das adições com parcelas envolvendo números menores que 10.



Planejamento
• Organização dos alunos: na primeira etapa, atividade coletiva; depois, em duplas.
• Material: cópias da tabela abaixo, não preenchida – uma para cada aluno; uma tabela grande, para ser afixada na classe.
• Duração: uma ou duas aulas de 40 minutos.



Encaminhamento
• Os alunos devem ter suas tabelas, com as células correspondentes aos dobros pintadas com uma cor mais forte para melhor localizar o espaço onde colocar as parcelas.
• Como é um conteúdo básico para alunos de 4ª série - quinto ano no ensino fundamental de nove anos, a montagem dessa tabela é uma forma de rememorar as adições.
• Após explicar a tabela, propor a localização das células que envolvam dobros, em seguida, preencher coletivamente a primeira linha, que corresponde ao 1: a turma dita e o
professor preenche na tabela grande, coletiva, enquanto cada aluno faz o mesmo na sua,
individual.
• Em seguida, preencher, também coletivamente, uma coluna. No nosso exemplo, escolhemos a coluna do 5. Se houver necessidade, em função das dificuldades de alguns alunos, o professor poderá realizar os cálculos com apoio de material de contagem: fichas, botões, tampinhas, etc.
• Preenchidas a linha e a coluna, propor que os alunos busquem células que poderão ser preenchidas a partir daquelas que já foram calculadas. Por exemplo: se sabemos que 4 + 5 = 9, saberemos o resultado do 5 + 4, pois é a mesma operação, com as parcelas em outra ordem.
• Dar um tempo para que os alunos busquem esses resultados e orientá-los todos para que os preencham em suas tabelas individuais.
• Depois dessa busca, os alunos deverão preencher o restante da tabela, em duplas.
• Enquanto as duplas trabalham, circular pela sala para garantir que todos tenham compreendido bem a tarefa, para ajudar aqueles que apresentam maiores dificuldades e para corrigir eventuais erros no preenchimento da tabela.
• Na aula seguinte, fazer o preenchimento coletivo e pedir aos alunos para que observem se incluíram os mesmos resultados em suas tabelas individuais.
• Explicar a importância de todos terem os resultados corretos em suas tabelas: como se trata de um material de consulta, os erros poderão acarretar outros erros, em atividades a serem realizadas futuramente.
• O cartaz e a tabela colada no caderno devem ser consultados sempre que possível. Esse uso, nas mais diversas atividades, é o que favorecerá a memorização dos resultados. Também é importante considerar que os resultados de adições, quando memorizados, podem ser utilizados nas operações inversas, ou seja, ao memorizar uma adição, os alunos devem ser oportunamente desafiados a utilizar esse conhecimento nas subtrações correspondentes, ou seja, se sabem que 9 + 5 = 14 têm condições de realizar cálculos como 14 – 5 = 9 ou 14 – 9 = 5.


*FONTE: JORNADA DA MATEMÁTICA 2010 / CÁLCULO (SMEESP)

JOGO - BRINCANDO COM A ROLETA






BRINCANDO COM A ROLETA




Objetivos * Produzir números com três algarismos.
* Discutir as regularidades de escrita de números, verificando se os números começados por zero formam números de três algarismos.


Planejamento* Quando realizar? Ao longo do semestre.
* Como organizar os alunos? Em duplas.
* Quais os materiais necessários? Duas cópias dos cartões e uma da roleta para cada dupla ou cartolina para confecção do jogo , cópias das regras, lápis, papel e dois clipes.
* Qual a duração? Cerca de 30 minutos.


Encaminhamento
* Inicialmente oriente a confecção dos cartões e da roleta pelos próprios alunos ou providencie uma cópia dos modelos para serem recortados.
* Leia as regras do jogo com os alunos e certifique-se de que todos as compreenderam.
* Combine com a turma que todos os números formados devem ser registrados na folha de papel. Os registros feitos pelos alunos podem ser úteis em outras aulas, para você criar situações-problemas que propiciem a análise de números.
* É importante permitir que alunos com mais experiência na formação de números dêem pistas aos colegas menos experientes.
* Ao circular entre as duplas, faça perguntas para que explicitem o que pensaram ao produzir os números. A troca de informações é útil para aqueles que ainda têm dificuldade em entender o valor posicional dos números.
* Esse jogo dá margem a inúmeras variações. Dê oportunidade para que os alunos, à medida que vão se familiarizando com o jogo, também criem variações que, sendo de interesse, sejam testadas por todos.



Regras do Jogo: Brincando com a roleta



Material:
* cartas com números de 0 a 9 para cada jogador.
* uma roleta
* uma folha para registro


Participantes: 2 jogadores

Regras do jogo:
* Começa o jogo quem ganhar no par-ou-ímpar.
* Os cartões são colocados na mesa com os números virados para baixo e, quando sorteados, deverão ser escondidos do adversário.
* Cada participante, na sua vez, roda os clipes e segue a orientação que será dada pelas roletas.
* O tempo poderá ser determinado pelo professor ou o jogo terminará ao fim de quinze rodadas.
* Se os seus cartões forem todos sorteados e o tempo ainda não tiver
terminado, você pode pegar cartões do adversário.
* O vencedor é aquele que conseguir, no fim do jogo, formar a maior quantidade possível de números com três algarismos.
* Os números formados pelo vencedor devem ser lidos pelo adversário.


*FONTE: GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS - 2ª SÉRIE / VOL.2 (SMEESP)

sábado, 21 de agosto de 2010

PARA GOSTAR DE LER...

A Moça Tecelã
Marina Colasanti



Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.

Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.


Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.

Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.

Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.

Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.

Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila.

Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado.

Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponto dos sapatos, quando bateram à porta.

Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida.

Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.

E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.

— Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.

Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente.

— Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou. Sem querer resposta imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.





Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.

Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.

— É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: — Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!

Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo.

Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.

Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.

A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.

Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.


Marina Colasanti (1938) nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei, mas não devia e também por Rota de Colisão. Dentre outros escreveu E por falar em amor, Contos de amor rasgados, Aqui entre nós, Intimidade pública, Eu sozinha, Zooilógico, A morada do ser, A nova mulher (que vendeu mais de 100.000 exemplares), Mulher daqui pra frente, O leopardo é um animal delicado, Esse amor de todos nós, Gargantas abertas e os escritos para crianças Uma idéia toda azul e Doze reis e a moça do labirinto de vento. Colabora, também, em revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna.

Texto extraído do livro “Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento”, Global Editora , Rio de Janeiro, 2000, uma colaboração da amiga Janaina Pietroluongo, da longínqua Oxford.


* fonte: site Releituras

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

DICA LITERÁRIA


MINHAS FÉRIAS, PULA UMA LINHA, PARÁGRAFO
CHRISTIANE GRIBEL
ED. SALAMANDRA
SINOPSE:

Logo no primeiro dia de aula, um menino se vê na obrigação de fazer uma redação sobre as suas férias. Todas as alegrias vividas nas férias pareciam não ter existido, justamente porque ele teria que transformá-las em uma redação. Que sofrimento! O que escrever numa situação dessa? Começa, então, uma corrida contra o tempo. A inspiração veio quando faltavam cinco minutos para que a redação fosse entregue. Corre, corre, corre e... enfim, a redação estava pronta! Problema resolvido? Que nada! Os problemas só estavam começando... Este é um livro sem igual. Christiane Gribel constrói uma trama engraçadíssima e muito original.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

JOGO COOPERATIVO

KARA-PINTADA



Objetivo do Jogo:

Através da visão de sua auto-imagem e posteriormente da imagem que os outros percebem de si mesmo, despertar no participante a consciência da diferença entre o seu eu ideal e o seu eu real.

Propósito:

Este jogo facilita o estabelecimento de corretas relações humanas através de:

Sensibilização para suas próprias motivações pessoais.

Integração do grupo através da revelação do eu ideal de cada um.

Autopercepção através da reflexão sobre as diferenças entre a sua pintura e a complementação do outro.

Relacionamento interpessoal através da comunicação não verbal.


Recursos:

*Música: Kitaro – Mandala.

*Kits de pintura facial para crianças, um para cada 2 participantes.

*1 espelho por participante.

*Lenços umedecidos para limpeza do rosto.

Número de Participantes:

de 8 a 30

Duração:

30 minutos, com processamento.

Descrição:

Sentar os participantes em círculo, cada um com um espelho e o material de pintura à mão.

Este é um jogo de comunicação não verbal, portanto vamos manter silêncio, certo?

Sentem-se confortavelmente com as costas eretas e respirem profundamente por três vezes.

A cada vez que você respira, você vai ficando mais calmo, tranqüilo e relaxado.

Sinta a sua respiração e se sintonize com ela.

———— 30 s —————

Agora, imagine uma tela em branco na sua cabeça.

Nesta tela, vai passar uma reportagem. Esta reportagem vai ser sobre a maior felicidade que você já teve na vida. Lembre-se desse fato, e o veja passar como um filme na tela em sua cabeça.

———— 30 s —————

Agora, conforme o filme estiver passando, veja a sua própria face na tela.... Veja o que você expressa, como seus olhos irradiam felicidade, amor e paz. Veja o seu sorriso, a sua testa, seu queixo, suas bochechas. E veja que na sua face existe o melhor que você pode dar para o outro....

————30 s —————

Agora que você viu como a sua cara pode irradiar o que você tem de melhor para dar, você vai imaginar como seria pintar este melhor na sua cara. E quando estiver pronto, você vai abrir os olhos, levantar, e em silêncio fazer essa pintura na sua cara. Lembre-se de ficar em silêncio, concentre-se em si mesmo.

——— 5 min ————————

Agora, ainda em silencio, vamos deixar os espelhos e pinturas de lado, e vamos andar, mostrando nossa pintura e observando a dos outros.

————1 min ——————

Agora, escolha um par e em silêncio sentem-se uns em frente aos outros.

Olhe para a cara do seu par. O que ela pode lhe contar sobre ele? Como ele expressa essa felicidade? Ele expressa expansivamente? Ou timidamente? Ele mostra tudo, ou tenta esconder alguma coisa? Essa felicidade é pacífica ou agressiva?

——— 30 s ———————

Agora, olhe nos olhos de seu parceiro. O que mais esses olhos mostram, que a pintura não pode mostrar? Veja o diamante que está dentro desses olhos... O que você pode tirar de bom daí? Veja a alma maravilhosa que está na sua frente... E, conforme você perceba o que pode ser acrescentado na pintura para ficar melhor ainda, passe a completar a pintura na cara do seu parceiro. Vocês têm 5 minutos pra isso, podem fazer alternadamente, em 2,5 minutos cada um, ou os dois ao mesmo tempo, como preferirem. O importante é manter o silêncio...

——— 2,5 minutos —————

Já passou metade do tempo, se forem trocar, troquem agora

——— 2,5 minutos —————

Agora larguem as pinturas, peguem os espelhos e vejam como ficou a cara de cada um de vocês....



Vocês podem escolher limpar o rosto com os lenços umedecidos, ou ficar pintados mesmo, se tiverem gostado muito. Se forem limpar, limpem agora...

———1 minuto ——————

Agora, vocês tem 5 minutos para compartilhar com o seu parceiro o que sentiram

————2,5 minutos —————

Já passou metade do tempo, se apenas um falou, troquem agora

————2 minutos —————

Agora, vamos nos sentar em círculo e compartilhar no grupo grande...

Dicas:

É importante que os participantes tenham tempo para colocar tudo o que quiserem na pintura. Tanto na primeira quando na segunda fase, dê um tempinho mesmo que todos tenham terminado – alguém pode pintar mais alguma coisa.

Se o grupo não se sensibilizar o suficiente para viver a experiência em profundidade, explore a questão dos nossos mecanismos de defesa na partilha.


*fonte: Edição 03/10/ 2001 da Revista Jogos Cooperativos
Jogo criado por Paula Falcão

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

JOGO DAS REPRESENTAÇÕES DECIMAIS



Objetivo
* Comparar números racionais de uso freqüente, nas representações fracionária e decimal.





Planejamento
*Como organizar os alunos? Grupos de 4 alunos.
*Quais materiais são necessários? Cartas com diferentes números decimais para cada grupo.




Encaminhamento
Diga que hoje irão brincar com um jogo bastante interessante em que precisarão comparar números na representação decimal.
Distribua a regra do jogo para os alunos e em seguida faça uma leitura compartilhada.
Se necessário, vá fazendo pausas para discutir as eventuais dúvidas que forem surgindo a respeito do jogo.
Garanta que todos tenham entendido a regra.
Percorra os grupos enquanto jogam, observando se há discordâncias na comparação desses números.
Se for o caso, faça perguntas retomando as regras de comparação de números decimais, por exemplo: Que número devemos olhar inicialmente? O que está antes ou depois vírgula? Se o primeiro número depois da vírgula for igual, qual número deverá ser observado? etc.
Registre as dúvidas que considerar importante para que posteriormente você possa problematizá-las.







Regra do Jogo dos Decimais







Materiais necessários:
28 cartas




Como jogar
Embaralhar as cartas e distribuir entre os 4 jogadores. A face marcada com os números deve ficar virada para a mesa.
Simultaneamente os jogadores viram a carta mostrando os números.
Quem tiver a carta com valor maior leva as 4 cartas.
O jogo termina quando acabarem todas as cartas.
O vencedor será aquele com maior quantidade de cartas.



(CLIQUE EM CIMA DA IMAGEM PARA AMPLIAR)
*fonte: Guia de Planejamento e Orientações Didáticas - 4ª série / SEESP


SITUAÇÕES-PROBLEMA PARA 5º ANO



(CLIQUE EM CIMA DA IMAGEM PARA AMPLIAR)







USO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS PARA DESENVOLVER A CAPACIDADE DE CÁLCULO





Propomos que, no primeiro semestre da 2a série, os alunos continuem a aprender conceitos referentes ao campo aditivo, ou seja, às operações de adição e subtração. Por que se fala em campo aditivo? Segundo o professor e pesquisador
Gérard Vergnaud, responsável pela Teoria dos Campos Conceituais, cada conceito matemático está inserido em um campo conceitual que, por sua vez, é constituído por um conjunto de situações de diferentes naturezas. Isso significa que, para fazer adições e subtrações, não basta as crianças efetuarem as contas no papel: elas precisam relacionar essas operações a situações-problema variadas.
Em relação ao campo aditivo, os problemas se relacionam essencialmente com situações de três tipos de significado, ou de natureza: composição, transformação e comparação.


Na composição, são dadas duas partes para que seja encontrado o todo: a idéia não é de acrescentar, mas sim de juntar partes cujos valores são conhecidos.
Trata-se da estrutura mais simples e intuitiva, que já é resolvida sem dificuldade pelas crianças a partir dos 5 anos. Exemplo:
Em uma fruteira há 5 mangas e 8 maçãs. Quantas frutas há na fruteira?No entanto, há formas de composição que não são intuitivas, pois envolvem a subtração. Este é o caso quando se dá uma das partes e o todo, para encontrar a outra parte, como no exemplo: Em uma fruteira há 8 frutas entre maçãs e mangas. Se 5 são mangas, quantas são as maçãs?


A transformação envolve sempre questões temporais: há um estado inicial que sofre uma modificação – que pode ser positiva ou negativa, simples ou composta – e chega-se a um estado final, como nestes exemplos:Havia 5 mangas em uma fruteira; foram colocadas 8 maçãs. Quantas frutas há agora na fruteira?
De uma fruteira que continha 8 frutas foram retiradas 5. Quantas frutas há agora na fruteira?


As situações de transformação podem ser mais complexas, como neste caso:


Uma criança entrou num jogo com 5 bolinhas de gude. Na primeira partida perdeu 2, na segunda ganhou algumas e ao terminar estava com 8. Quantas bolinhas de gude ela ganhou na segunda partida?
Por último, nas situações de comparação, são confrontadas duas quantidades,como nestes exemplos:

Joana é 8 anos mais velha que Paulo, que tem 5 anos. Quantos anos Joana tem?
Pedro tem 7 reais na carteira e Júlia tem 5 reais a menos que Pedro. Quantos reais Júlia tem?


Mas em que a Teoria dos Campos Conceituais pode auxiliar em seu trabalho com os alunos? A grande contribuição dessa teoria consiste em alertar o professor para a escolha das situações-problema. Ao planejar a rotina da sala de aula, você deve prever situações didáticas que envolvam os diferentes significados das operações, ampliando assim a capacidade de cálculo dos alunos. Os significados são formas de pensar, são raciocínios que os alunos desenvolvem ao resolver problemas. Por isso é tão importante a escolha dos problemas e da forma de tratá-los na sala de aula. Para exemplificar, pode-se analisar a seguinte situação-problema:Uma bibliotecária recebeu uma caixa com 39 livros doados para a biblioteca da escola. Destes livros, 14 são de poesias e o restante é de ficção. Quantos são os livros de ficção doados à biblioteca?Espera-se que a subtração seja o procedimento escolhido pelos alunos; entretanto, é muito comum que na 1a e na 2a séries eles igualem as quantidades para resolver o problema; ou seja, partem de 14 e vão completando, na contagem, até ficar igual a 39. A estratégia está correta, mas não é adequada para números grandes – e se fossem, por exemplo, 3.765 livros doados, sendo 1.709 livros de poemas?
* FONTE: GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS - 2ª SÉRIE (VOL.1) - SEESP

ARTIGO - AS ESCOLAS ESTÃO TOMANDO CONSCIÊNCIA

AS ESCOLAS ESTÃO TOMANDO CONSCIÊNCIA
LINO DE MACEDO

No Brasil, a valorização de um ensino por competências e habilidades na educação básica foi desencadeada pelo Enem. Para a formulação deste exame, de acordo com o proposto nas Leis das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ocorreram-nos as seguintes questões: o que a sociedade, a família e os próprios alunos podem esperar ao término do ensino médio?
O que levam para sua vida, do que aprenderam na escola? Qual é o valor de uma educação básica para todas as crianças e jovens do Brasil? Entendemos, então, que a melhor resposta para este tipo de avaliação externa seria verificar o quanto e o como os alunos sabiam pensar conteúdos disciplinares em termos de competências e habilidades a eles relacionadas.
O reconhecimento social desta forma de avaliação repercutiu nas escolas, lembrando-as de que conteúdos disciplinares se não transformados em procedimentos ou modos de compreender as coisas acabam esquecidos ou substituídos por outros. Recuperou-se, assim, o compromisso de se educar para a vida nos termos atuais.
Nesta nova perspectiva, os professores, designados pelas disciplinas em que são especialistas (matemática, língua portuguesa, história, artes etc.), devem se comportar como "profissionais da aprendizagem". O que era fim (os conteúdos disciplinares) agora são meios por intermédio dos quais os alunos aprendem a pensar, criticar, antecipar, argumentar, tomar decisões.
Valorizar competências e habilidades na educação básica significa compreender crianças e jovens como capazes de aprender noções básicas das disciplinas científicas, expressar pontos de vista, viver contradições ou insuficiências e construir autonomia.
Trata-se, de modo geral, de aprender a ser competente para trabalhar em grupo, defender posições, argumentar, compartilhar informações, participar e cooperar em projetos, definir, aceitar ou consentir em regras que organizam ou disciplinam o convívio escolar, respeitar limites de espaço e tempo. Trata-se, de modo específico, de aprender, por exemplo, a fazer cálculos para utilizá-los bem na resolução de um problema, que demanda compreensão, tomada de decisão, demonstração. Conhecer leis da biologia, química ou física entregando-se a suas verdades na prática, ou seja, reconhecendo que aquilo que está nos livros também pode acontecer na realidade.
Quanto mais uma sociedade é livre, democrática, aberta e sensível à diversidade dos interesses e possibilidades de seus integrantes, mais o exercício da competência é requerido em situações do cotidiano da vida. Maravilha, que ela (a escola) está tomando consciência disto.

LINO DE MACEDO é professor de Psicologia do Desenvolvimento aplicada à Educação do Instituto de Psicologia da USP e um dos formuladores do Enem
* Folha de São Paulo, 01/11/09

PARA GOSTAR DE LER... CRÔNICA


A Menina


Primeiro dia de aula. A menina escreveu seu nome completo na primeira página do caderno escolar, depois seu endereço, depois "Porto Alegre", depois "Rio Grande do Sul", depois "Brasil", "América do Sul", "Terra", "Sistema Solar", "Via Láctea" e "Universo". A menina sentada ao seu lado olhou, viu o que ela tinha escrito, e disse: "Faltou o CEP." Ficaram inimigas para o resto da vida.
Ela era apaixonada pelo Marcos, o Marcos não lhe dava bola. Um dia, no recreio, uma bola chutada pelo Marcos bateu na sua coxa. Ele abanou de longe, gritou "Desculpa", depois foi difícil tomar banho de chuveiro sem molhar a coxa e apagar a marca da bola. Ela teve que ficar com a perna dobrada para fora do box, a mãe não entendeu o chão todo molhado, mas o que é que mãe entende de paixão?
Quem mais sofria com a paixão da menina pelo Marcos era o seu irmão menor, o Fiapo. Tinha dias em que ela chegava da escola e pegava o Fiapo num abraço tão apertado que ele começava a espernear e a gritar "Mãe!".
Sua melhor amiga era a Rute, que anunciou que teria três filhos, Suzana, Sueli e Sukarno.
― "Sukarno"?!
― Li o nome no jornal.
― Mas por que "Sukarno"?!
― Não tem nome de homem que começa com "Su".
E a Rute nem queria ouvir falar em não ter filho homem, o que resolveria o problema. Não transigiria.
Na festa de aniversário da Ana Lúcia, ela, a Rute, a Nicete e a Bel chegaram em grupo e foram direto para o banheiro. De onde não saíram. A Nicete às vezes entreabrindo a porta para controlar a festa, e a Bel dando uma escapada para trazer doces e a notícia de que não, o Marcos não estava dançando com ninguém.
Claro, quem dava bola para a menina era o Mozart, tão feio que o apelido dele na escola era "Feio". Foi ele quem disse que era perigoso ela andar com o endereço completo na primeira página do caderno. Por que perigoso? "Sei lá", disse o Mozart. "Com tanto seqüestro." Ela não entendeu. Depois disse:
― Quero ver me encontrarem no Universo.
Aí foi o Mozart que não entendeu.
No grupo tinha um Mozart e um Vitor Hugo.
― Temos dois nomes famosos na classe ― disse a professora. ― Seu Vitor Hugo, o
senhor sabe quem foi Vitor Hugo na História?
O Vitor Hugo (apelido "Papudo") sabia, Vitor Hugo, escritor francês.
― E seu Mozart, o senhor sabe quem foi Mozart na História?
― Sei.
― Quem foi?
― Meu padrinho.
Naquele ano, a última página do caderno da menina estava toda coberta com o nome do Marcos repetido. Marcos e sobrenome, Marcos e sobrenome. Às vezes o nome dela com o sobrenome do Marcos. Às vezes o nome dos dois com o sobrenome dele. E na saída do último dia de aula antes das provas alguém arrancou o caderno das mãos dela e levou para o Marcos ver. Ela correu, tirou o caderno das mãos do Marcos e disse "Desculpa". Naquela noite chorou tanto que a mãe teve que lhe dar um calmante. Nunca mais falou com o Marcos.
Nunca mais encheu seu caderno com o nome de alguém. Nunca mais se apaixonou, ou chorou, do mesmo jeito. Do pior dia da sua vida só o que repetiu muitas vezes, depois, foi o calmante.
Pensou que se um dia saísse um livro com o seu diálogo com Marcos seria um livro de 100 páginas com "Desculpa!" na primeira página e "Desculpa" na última, e todas as outras páginas em branco. Seria o livro mais triste do mundo.
Um professor disse para a menina que só havia um jeito de compreender o Universo. Ela devia pensar numa esfera dentro de uma esfera maior, até chegar a uma grande esfera que incluiria todas as outras, e que por sua vez estaria dentro da esfera menor. A menina então entendeu que a sua vizinha de classe tinha razão, era preciso botar o CEP. Num universo assim, era preciso fixar um detalhe para você nunca se perder. Nem que o detalhe fosse a mancha no teto do seu quarto com o perfil da tia Corinha, a que queria ser freira e acabara oceanógrafa.
A menina disse para a Rute que era preciso escolher um detalhe da sua vida, em torno do qual o Universo se organizaria. Cada pessoa precisava escolher um momento, uma coisa, uma espinha no rosto, uma frase, um veraneio, um quindim, uma mancha no teto ― um lugar em que pudesse ser encontrada, era isso.
― Pirou, disse a Rute.

Luís Fernando Veríssimo

domingo, 25 de julho de 2010

PARA GOSTAR DE LER... CONTO


Leiam o lindo conto enviado pela amiga Teresa Cristina (obrigada ,querida, por sua contribuição no blog) :





Um baú de histórias



A chama do candeeiro ardia sem forças; as horas do relógio na parede contavam os minutos para a casa toda escurecer. E a menina no tic, tac sem vontade de dormir... O quarto triste com ar de solidão.

Pediram-lhe que dormisse cedo, de um modo tão carregado de ternura, que lhe abatia a alma não obedecer. E sentou-se na beirada da rede e colocou as mãozinhas em oração, num gesto de tanto amor...

Os grilos pararam a cantoria na parede. E num movimento involuntário, os olhos fugiram da razão e foram parar no velho baú... Ainda balançou a cabeça, querendo deixar o corpo no lugar, mas uma coisa estranha a levou a se levantar...

Era como se um pássaro voasse em seu pés... abrindo asas de boquinha aberta de tanta curiosidade!... Sentou no chão, à meia-luz da lamparina. E ergueu a tampa do velho baú de sua avó.

E os olhos se encheram de fantasia. Uma bailarina numa caixinha de música... tropeçando no tapete do quarto, os pezinhos delicados cheios de espanto de tudo, mas sem medo. E havia chapéus... moças numa praça, fugindo do sol, de roupas de pregas, segurando as saias fugindo do vento. Outra caixinha pequena toda estampada de flores... uma espécie de melancolia grudou na menina: De quem era aquele anel pequenino? Por que o mar era tão azul numa pedra sem vida? E viu peixinhos esverdeados...Ou eram dourados?

Estendeu as pernas no chão, com as mãos cheias de botões... Agulhas a correr nos furinhos, sobre rendas, atravessando sedas, algodões branquinhos, tecendo bordados... Os olhinhos de uma boneca de pano, olhando para todos os lados, com expressão de quem tudo sabia... “Tão bonita! Tão desejada!”

Um lencinho cor-de-rosa! Tinha o nome da avó escrito em letras miudinhas... com um floreado. Não soube dizer uma história... Ergueu com mansidão o lenço e o cheirou... Fechando os olhos. “Era da avó... quando menina!” Só então viu: Crianças com suas risadas brincando num jardim de céu anil, flores amarelas de sol, um carrinho de pipocas... na porta da igreja com homens e santos...
Uma menina subindo e descendo os degraus da igreja... “Oh! A lua a se esconder!”

Levantou-se apressada! Os objetos caíram-lhe para qualquer lado. “Não foi nada, não foi nada...”, alguns quiseram dizer...

E então, lembrou-se da hora de dormir. Guardou tudo no baú encantado. E como o candeeiro estava quase apagando, deitou na rede com ar de quem tem um baú encantado.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

SITUAÇÃO-PROBLEMA

Observe o valor de cada pino:






Se cada bola acertar um pino diferente, quais você poderá derrubar para fazer 100 pontos:
a) Jogando duas bolas?
b) Jogando três bolas?
c) Jogando quatro bolas?
Represente as soluções através de desenhos.


REAME, Eliane. Matemática Criativa, 1ª série/ Eliane Reame.- 5.ed.- São Paulo: Saraiva,2004

* fonte: site GEEMAC

DICAS - COMO MONTAR UM BAÚ DE HISTÓRIAS



O baú de histórias pode ser utilizado sempre que quiser. Para isso, organize um de modo que possa transportá-lo com facilidade, mas que ao mesmo tempo comporte diferentes tipos de acessórios.


Caso você não tenha um baú, será possível substituí-lo por uma mala velha ou uma dessas de caixeiro-viajante, uma caixa, um cesto, uma sacola, uma bolsa ou o que você considerar mais adequado.


Procure enfeitar o seu baú de modo que possa ser usado para diferentes narrativas. Evite colar personagens muito conhecidos e que possam nos remeter a uma única história.


Se optar pela caixa, encape-a com tecidos, rendas, fitas, papéis coloridos, variados papéis de presente. Abuse de técnicas de pintura e colagens com diferentes tipos de materiais. Outra dica: o baú, a caixa, o cesto ou a sacola ficarão ainda mais bonitos se forem forrados por dentro!




Sugestões de materiais para rechear o baú de histórias:




* Lenços de variados tamanhos, cores e estampas;


* Caixas pequenas de diferentes formas e materiais (causa muito impacto retirar uma caixinha de dentro do baú e de dentro da caixinha um outro objeto qualquer; chamamos isso de elemento surpresa);


* Pequenos instrumentos musicais (comprados ou confeccionados) como: tambor, pandeiro, chocalho, pios de pássaro, apito, triângulo, etc.;


* Objetos pequenos ou miniaturas;


* Penas ou plumas;


* Leque;


* Bonecos ou fantoche;


* Novelos de lã;


* Espanadores;


* Luvas;


* Pequeno baú com correntes, colares com imitação de pérolas, anéis, etc.


* Caixinha de música;


* Pequenos potes ou cestos;


* Chapéus;


* Máscaras;


*Diversos tipos de tampinha;


* ... E tudo aquilo que você desejar!