segunda-feira, 20 de abril de 2009

SEQUÊNCIA DIDÁTICA - PARLENDAS


“Hoje é domingo pé de cachimbo” ou “Hoje é domingo pede cachimbo?”
Parlendas e trava-línguas – o que podem estas brincadeiras?

Seqüência didática: texto memorizado



Parlenda [De parlanda, com dissimilação] S.F. 1. Palavreado, palavrório, bacharelada. 2. Discussão inoportuna: desavença, rixa, 3. Rimas infantis, com verso de cinco ou seis sílabas, para divertir, ajudar a memorizar ou escolher quem fará tal ou qual brinquedo. EX: ‘’Amanhã é domingo/Pé de cachimbo; Um dois/feijão com arroz’’.[Var.: parlenga e (pop.) perlenda, perlenga].*


Segundo o Dicionário Aurélio, parlendas são rimas infantis que fazem parte das brincadeiras de crianças no quintal e na rua. Mas o que este repertório possui de tão especial para ter invadido as escolas já há alguns anos? Como fazem parte do mundo dos jogos, são rimados, divertem e são fáceis de memorizar, estes textos, junto com os trava-línguas, tornaram-se objetos de brincadeira e de trabalho de muitos professores, além de contribuir para manter vivo um repertório que faz parte da cultura popular da infância, pois em todos os cantos do Brasil as crianças, em diferentes épocas, usam as parlendas e os trava-línguas em suas brincadeiras. Muitos professores então, sabiamente, passaram a usálos na escola para propostas interessantes, envolventes e divertidas de leitura, escrita e comunicação oral.
Existe também uma justifi cativa didática bastante pertinente para o seu uso nas propostas de alfabetização: são textos que permitem que os alunos leiam antes de saber ler. A partir desse repertório – que deverá ser construído ou apenas resgatado –, os alunos que ainda não compreenderam a relação entre a fala e a escrita terão nesses textos inúmeras possibilidades de tentar ajustar o oral ao escrito e assim avançar em suas hipóteses sobre o funcionamento do nosso sistema de escrita.
Para poderem avançar em relação aos conhecimentos sobre o sistema e em relação aos comportamentos de leitor, os alunos devem ser convidados a ler – mesmo que ainda não o façam do ponto de vista convencional – em contextos que favoreçam ao máximo sua atuação como leitores. Para isso, certas condições precisam estar garantidas: o texto que a criança interpretará deverá conter dicas que permitam, além da atribuição de significado ao escrito, que se façam antecipações e que se utilizem conhecimentos além da decifração.
Esses textos também possibilitam um importante trabalho com a oralidade, já que nasceram para ser falados. Assim, é interessante criar situações em que os alunos leiam, recitem ou declamem em público, aprendendo então qual a melhor entonação e o ritmo que devem ser dados ao texto que será apresentado.
Além de tudo isso, o repertório de textos memorizados pode enriquecer – e muito – o universo cultural dos alunos.

Algumas dicas

Quanto mais precisos forem a proposta e o contexto de leitura, maiores as chances de fazer os ajustes necessários entre o que é recitado e o que se encontra por escrito e a possibilidade de localização da informação pedida.
Quanto mais o conteúdo do texto for previsível e conhecido, mais os alunos poderão utilizar os indicadores qualitativos e quantitativos que os textos oferecem.
A presença de ilustrações e imagens permite ao aluno fazer relações com o conteúdo tratado nas parlendas e nos trava-línguas.
No planejamento das atividades que você vai encontrar a seguir vamos usar as parlendas com intencionalidade didática. São propostas de leitura, escrita e comunicação oral em que os alunos são convidados a ler, escrever e declamar parlendas conhecidas, inéditas, e ainda diferentes versões de uma mesma parlenda.
Vale lembrar que no 1º bimestre este universo infantil da cultura popular já esteve presente por meio das cantigas de roda. Organizar e planejar novas atividades com as parlendas e os trava-línguas, partindo dos mesmos pressupostos será bastante produtivo para o seu trabalho.
*fonte: GUIA PARA O PLANEJAMENTO DO PROFº ALFABETIZADOR - VOL 2 (PMESP)

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